24/06/2025
𝐒𝐚𝐧𝐭𝐚 𝐌𝐚𝐫𝐢𝐧𝐡𝐚, virgem e mártir.
Pelos anos da era de Cristo – 120 – nasceu Santa Marinha na cidade de Braga. Seu pai, Lúcio Caio Atílio, era régulo de uma das muitas províncias em que nesse tempo estava dividido o Império Romano. Sua mãe chamava-se Cálcia Lúcia e tanto ela como o marido, eram de famílias muito ilustres.
O Altíssimo por milagre, permitiu que Cálcia, depois de ser estéril por muitos anos, concebesse nove meninas. Completos os nove meses, Cálcia deu à luz nove meninas perfeitas. Vendo-se Cálcia mãe de nove meninas, dominada pela superstição ou pelos preceitos daquele tempo, mandou afogar as meninas, não excetuando nenhuma.
Cálcia comunica o seu projeto à única pessoa que tinha assistido ao parto – Cita – que lhe é incumbida a tarefa de anunciar o infeliz sucesso do parto. Também lhe foi dito para aproveitar-se do escuro da noite e sair do Paço para afogar as nove meninas num dos mais fundos Rios Este. Porém, Cita em vez de as afogar levou-as a Santo Ovídio – Arcebispo de Braga – que lhes administrou o Sacramento do batismo, pondo-lhes os seguintes nomes: Genebra, Vitória, Eufémia, Marinha, Marciana, Germana, Basília, Quitéria e Liberata ou Wilgforte, como outros lhe chamam.
Depois do batismo, Cita procurou amas cristãs para as criarem e educarem na lei e religião de Cristo. Elas foram educadas na fé cristã, fazendo com que a sua educação se reflectisse nos seus actos até ao fim das suas vidas.
As suas vidas virtuosas e quase angélicas eram admiradas nos subúrbios de Braga, e por todos os arredores se falava das raras virtudes e perfeição das nove meninas.
Chegando ao conhecimento destas angélicas meninas o perigo a que tinham sido expostas, quem eram, e qual fora o seu admirável nascimento, e a decisão de sua mãe, resolveram, em modo de agradecimento, habitar juntas na mesma casa, como clausura, para assim melhor servir e agradecerem a Deus, e crescerem mais na virtude e castidade com os exemplos umas das outras.
Obtido o consentimento do Arcebispo de Braga, estas irmãs viveram nos arrabaldes da cidade de Braga, recolhidas em sua casa, entregando-se ao exercício de todas as virtudes, sendo a vida de cada uma raro espelho de santidade, não se falando noutra coisa senão na santa vida das delicadas donzelas.
As santas meninas fizeram voto de castidade, consagrando sua virginal pureza.
Por esse tempo, o César Romano procurou os delegados imperiais para ativarem a perseguição aos cristãos na Península Ibérica. Nessa perseguição, os soldados viriam a descobrir as gémeas, que foram detidas devido às suas implicações, sendo levadas à presença do régulo. Isto acabou por constatar que elas, afinal, eram suas filhas. Quis convencê-las a renunciar à sua fé e a abraçar o paganismo. Porém enfrenta a sua resistência, mandou detê-las e enclausurá-las no Palácio. Sucedeu que as prisioneiras durante a noite, por intervenção sobrenatural ou com a ajuda da própria mãe, lograram alcançar a liberdade. Correndo em várias direções chegaram às províncias espanholas, onde se dispersaram. Todavia, Santa Marinha, teria sido apanhada nas proximidades de Orense, em Águas Santas, e condenada à morte, sendo aí degolada em 𝟏𝟖 𝐝𝐞 𝐉𝐮𝐥𝐡𝐨 𝐝𝐨 𝐚𝐧𝐨 𝟏𝟑𝟎 (𝐃𝐢𝐚 𝐝𝐚 𝐏𝐚𝐝𝐫𝐨𝐞𝐢𝐫𝐚), vindo as suas irmãs a ser também martirizada.