09/07/2025
Unelagos divulga texto publicado no portal Últimas Notícias
Nos últimos anos, a luta em torno da preservação e do uso sustentável do Lago de Furnas ganhou força em Minas Gerais. Após uma década de operações consideradas irresponsáveis, o lago foi mantido com seu nível abaixo da cota 762 metros acima do nível do mar, o que gerou sérias consequências sociais, econômicas e ambientais para a região.
Durante esse período, o esvaziamento do lago causou desespero, desemprego e destruição ambiental, além de desequilíbrios no setor elétrico e a imposição de bandeiras tarifárias mais altas para os consumidores. O uso indevido das águas do Lago de Furnas para alimentar a Hidrovia Tietê-Paraná agrava ainda mais a situação.
Mas a mobilização da sociedade civil mineira, junto a entidades e representantes políticos, resultou em importantes conquistas. Entre as vitórias, destacam-se:
A comprovação do uso indevido de recursos públicos em favor da Hidrovia Tietê-Paraná;
A aprovação da EC106, que reconhece o “Mar de Minas” como patrimônio dos mineiros, protegendo legalmente o lago;
A liberação de recursos da Eletrobras para obras de saneamento e meio ambiente na região;
E, finalmente, a recuperação do nível da represa, que voltou a atingir a cota ideal, iniciando um processo de recuperação da vida em torno do lago.
Essas medidas trouxeram resultados concretos: início da regeneração ambiental, retomada da geração de emprego e renda, restauração da dignidade das comunidades ribeirinhas e esperança de reequilíbrio no setor elétrico, com expectativa do fim das bandeiras tarifárias em breve.
Contudo, o movimento ainda enfrenta desafios. Apesar das vitórias, agências reguladoras e interesses econômicos seguem tentando reverter as conquistas obtidas. Por isso, entidades como a Unelagos continuam mobilizadas e pedem apoio popular ao “Projeto de Lei do Mar de Minas”, que visa garantir a proteção definitiva dos lagos de Furnas e Peixoto.
“É hora de garantir, por meio da lei, o direito dos mineiros a seus recursos naturais, à dignidade de suas comunidades e à soberania sobre suas águas”, afirmam os representantes do movimento.
